A equação diofantina linear ou não tem nenhuma solução inteira ou possui infinitas soluções inteiras. Isto decorre do fato de que, se houver soluções inteiras, então divide e divide . E nem sempre isto é possível.
No artigo 005 mostrei que, se tem soluções, então é múltiplo do .
Já no artigo 019 provei que se admitir uma solução , então para todo , as outras soluções terão o formato
O par é chamado de solução inicial e pode ser achada pelo algoritmo de Euclides, um método essencialmente aritmético e, por vezes, trabalhoso ( ver artigos 017 e 019.)
Mas, ainda no post 019, expus alguns atalhos para a solução inicial . No entanto, dependem da sorte dos coeficientes , e . Seja, por exemplo, resolver . Logo de cara vemos que e é uma solução inicial. Assim, as outras soluções são e , com . Mas esta facilidade não temos para a equação que tem soluções inteiras porque e divide . Neste caso é empregado o algoritmo de Euclides... ou o método algébrico que sugiro no presente artigo e no qual explanarei a seguir.
Existe uma maneira de fatorar , mas da forma que se apresenta é impossível. É necessário uma fissão de variáveis. Conseguido a fatoração, podemos utilizar o método dos divisores complementares utilizado para resolver a equação , conforme visto no artigo anterior.
Seja a equação
Seja a equação
Dividindo ambos os membros pelo coeficiente ,
Somando ambos os membros por ,
Agora, fazendo e , com e , temos
E passamos para a conhecida fatoração do trinômio em do primeiro membro
ou
Aqui, podemos chamar . Então e são divisores inteiros complementares de . Chamando estes divisores de e , onde , temos e , de forma que
Exemplo. Achar uma solução inicial para a EDL .
Temos então , e , com
Os divisores inteiros de são
Pegando os dois primeiros complementares, temos
e , com
e
Logo, uma solução inicial para a equação é .
E as outras soluções são geradas por e , com .